Presados leitores:
Nas minhas mensagens
anteriores sobre “episódios” passados no Café-Restaurante “O PELICANO”
- localizado em
Bissau junto á marginal, perto do cais principal de desembarque e embarque de “tropas” e mercadoria - recordo ter mencionado que
tinha apanhado alguns empregados a “misturar água no whisky”…o que, se vermos
bem, até nem teria grande valor para servir de “conto” porque, de facto,
quantos não são os clientes que pedem exactamente… essa mistura?
“Whisky, gelo e água”… é uma “mistura”
banal, sem nada de especial que possa admirar quem quer que seja. É!
Assim seria se assim tivesse sido! Mas não foi!
Vejamos:
Para os leitores
que tiveram a oportunidade – não interessa em que circunstâncias – de passar
pela Guiné e, especialmente pelo Pelicano em Bissau, deverá recordar que “aquilo”
era enorme e, como tal, requeria uma certa dinâmica de podêr de controlo, de
modo a que os clientes fossem servidos o mais eficiente possível, sem contudo
deixar “fugir o grão-principal” de toda aquela actividade.
Aqui, refiro-me ao “pagamento da conta” ao empregado que os
servia – e houve vários episódios em que
os utilizadores do serviços e mercadoria “deram ao pinote” – bem como o
empregado prestar contas ao balcão dos “pedidos” que periodicamente fazia.
Se pensam que era
fácil, agradeço que me mandem “palpites” da melhor forma de controlar – por exemplo
– 8 empregados de mesa na parte de cima e 10 na parte de baixo, cada qual com a
sua missão de levar ao cliente “o pedido” feito, composto por fosse pelo que
fosse mas que teria que ser pago antecipadamente pelo empregado (na parte de
cima era assim) ou controlado, para que a conta fosse apresentada ao cliente e,
posteriormente, pelo empregado na caixa registadora.
NA OCASIÃO, RONDAVA EU
NOS 25-26 ANOS DE IDADE (casei aos 24, feitos em Janeiro de 1969) E, AINDA POR
CIMA, COM UMA FILHA ACABADA DE NASCER QUE, QUANTAS VEZES ANDAVA COMIGO NOS
BRAÇOS E EU A TRABALHAR, CONFORME FOTO.
Agora, ponham-se a
pensar que... alguns dos leitores chegavam ali ao local, entravam pior ali adentro, escolhendo um dos terraços para confraternizar e dar “azo” á liberdade em
celebração da vida, sabe-se lá se depois de um dia “no mato” – obviamente mais
esporádica esta parte porque…quem estava “no mato” não vinha á cidade facilmente.
Mas, tropas especiais...PÁRAS, COMANDOS E FUZAS" até nem era anormal.
Portanto, conforme ia adizendo...ali se
encontravam e faziam o “vosso pedido” que, poderia muito bem incluir “whisky
com água castelo, gin-tónico etcª, etcª".
Se não se recordam,
permitam-me lembrá-los que, por exigência do cliente, ali o serviço exigia que
os copos fosse para a mesa com o gelo e a garrafa do whisky a acompanhar, para que o cliente visse a qualidade e quantidade de whisky que lhe era servido.
Era ou não era assim?
Ali, não se podia servir a bebida ao balcão - excepto imperiais se já as houvesse. Ali, tudo era aberto na mesa e as garrafas de "misturas" tinham que ir á mesa. Nisto, incluia o whisky, gin, vermuth, vodka, rum etc.ª.
AGORA...PONHAM-SE
NOS "MEUS SAPATOS" OU NA MINHA POSIÇÃO!
1) Como saberia eu que, o empregado de mesa servia ao cliente somente uma “dose”?
– Neste caso, recordar-se-ão que, cada garrafa tinha uma “bolha medida”)
2) Como controlava eu o serviço na mesa, estando eu tão ocupado?
3) Quantas vezes não aconteceu com alguns dos leitores que…originalmente
pediam uma “dose” de whisky e, ali na
mesa, ao verem a quantidade da “dose” saída da medidora, não diziam ao
empregado para “deitar duplo”?
4) Quantas e quantas vezes isto não se passava fora do meu controle? Pois é...e foi centenas, senão milhares de vezes que tal sucedeu.
Eu tinha que
prestar contas ao dono do Grande Hotel - na foto, no Pelicano juntamente com a
esposa dele – grande senhora era ela – eu e uma cunhada no almoço de baptismo da
minha filha.
Como prestava contas
o empregado “lá no 1º terraço” á esquerda no Pelicano... e eu lá em baixo, se
possível na cozinha ou ao balcão ou a atender algum cliente na secção mais ao fundo do restaurante que, de vez enquanto
faria a sua chamada de atenção par algo que não estivesse ao gosto dele?
Bem, agora não
adianto mais… para deixar os leitores aa pensar nas perguntas que fiz mas, para que fiquem
“ligados” a este tema, somente adianto que, tal como há muita maneira de “matar
pulgas” também há muita maneira de controlar.
Só que, por toda a
forma de controlar, aparece sempre uma de “furar” o sistema. E, que eu saiba, só
encontrei uma forma de tal não suceder.
E sobre isto, só digo que o processo
passa por vender o “whisky” ao peso!
E, mesmo assim, alguns empregados – brancos
e pretos, há que o dizer - ainda “furaram o sistema” até que…
...depois termino, acabando por ganhar "a batalha".
...depois termino, acabando por ganhar "a batalha".